Enfermagem e utentes com VIH: da vivência da transição à promoção de processos adaptativos

O estudo segue uma metodologia de estudo de caso combinando informação proveniente de diferentes fontes e diferentes instrumentos. Os dados quantitativos incluíram 152 indivíduos infectados por VIH-1 e VIH-2. Concluímos que a maioria dos indivíduos não evidencia marcadas limitações no funcionamento físico (média=82,07), mas maiores limitações no funcionamento psíquico (média=65,03), e quanto à percepção de saúde geral (média=54,09) a maioria considera a sua saúde semelhante à verificada no ano transacto. Emocionalmente revelam-se valores médios baixos de tensão, depressão, hostilidade, fadiga e confusão e, concomitantemente, valores médios mais elevados de vigor/actividade. As variáveis moderadoras apoio social e coping mostram uma amostra com elevada percepção de apoio social e um estilo de coping ligeiramente inferior ao da média da população portuguesa. Ambas influenciam o estado de saúde e perturbação do humor a um nível estatisticamente muito significativo, embora com limitada percentagem de variância. Apesar disso, os dados qualitativos, obtidos através de entrevistas narrativas a 24 indivíduos, revelam o estigma como característica comum. Identificamos mudanças no campo da saúde, relacional e social. O receio de desacreditação social é elevado e condiciona alguns aspectos sociais e afectivos desses indivíduos. Concluiu-se que a ‘hereditariedade do estigma’ revela ignorância social e que a intervenção de enfermagem é crucial na mitigação do estigma, sobretudo na educação para a saúde.

Informação do projeto

  • Data de início

    01/01/2009

  • Data de conclusão

    01/01/2014

  • Linha Temática

    Self-care and health-disease

  • Equipa
    • Rosa Dilar Pereira da Costa
    • Aida Maria de Oliveira Cruz Mendes