É sabido que as reacções emocionais de ansiedade e de depressão são manifestações do sofrimento humano que estão frequentemente associadas às situações de doença grave e que, de acordo com o modelo transaccional de stress e coping (Lazarus e Folkman, 1984), os estilos de coping podem influenciar a forma como as pessoas lidam com as situações de vida problemáticas. Contudo, a literatura mostra que um terço dos doentes com cancro sofre de níveis elevados de distress mas que menos de 5% destes relatam os seus sentimentos aos prestadores de cuidados de saúde (Zabora et al, 2001; NCCN, 2006). De facto, os sintomas relacionados com o sofrimento emocional destes doentes são frequentemente sub-avaliados (Mendes et al, 2003; Madden, 2006) pois monitorizar o distress pode muitas vezes ser deixado para segundo plano, uma vez que os profissionais de saúde estão mais centrados nos sintomas físicos (Clark, 2001). Assim, com este estudo pretende-se analisar o distress sentido pelos doentes a realizar tratamentos no Hospital de dia de oncologia dos HUC, as suas reacções emocionais e as estratégicas de coping por estes utilizadas bem como analisar a relação entre estas variáveis como forma de contribuir para um melhor cuidado global à pessoa com doença oncológica.
A amostra de conveniência será constituída por todos os doentes que se encontrem em tratamento no período de Junho a Outubro e que declarem por sua livre e esclarecida vontade a adesão a este estudo. O instrumento de recolha de dados será um questionário de auto resposta constituído por quatro partes: caracterização sócio demográfica da amostra, HADS (Zigmond e Snaith, 1983), CBI-L (versão 2) (T. Merluzzi, (2000), termómetro do distress (NCCN, 2008).
Awaitng information from the PI
A média de idades é 52,30 anos, sendo 38,1% da amostra do sexo masculino e 61,9% do sexo feminino. Cerca de 30% da amostra apresenta depressão moderada a grave e aproximadamente 40% níveis de ansiedade moderada a grave. Relativamente às estratégias de coping, apresentam valores médios na comparação com os dados de referência da escala (χ = 224,02). Assumindo um intervalo de confiança de 95%, encontrou-se uma correlação negativa, muito forte e estatisticamente significativa entre a depressão e as estratégias de coping (r = -0,775; p =0,001). Entre a ansiedade e as estratégias de coping verificou-se que existe uma correlação negativa, moderada e estatisticamente significativa (r=-0,591; p = 0,001). Entre o coping e distress existe uma correlação moderada e estatisticamente significativa (r=-0,691; p=0,000).
01/01/2011
01/01/2012
ADJUSTMENT PROCESSES AND EMOTIONAL RESPONSES OF THE PERSON WITH AN ONCOLOGICAL DISEASE
Self-care and health-disease