O número de pessoas com doenças crónicas e eventos geradores de dependência no autocuidado tem aumentado no contexto de saúde português. Por consequência, existe a necessidade do exercício do papel de prestador de cuidados frequentemente por parte dos membros da família.
Assumir o papel de prestador de cuidados é um compromisso que pode tornar-se difícil não só pela exigência do papel, mas também pelos efeitos que a situação produz no cuidador e restante família (Martins et al., 2016).
Partindo do princípio que a assunção do papel de prestador de cuidados é uma transição tipo situacional, organizacional com propriedades específicas, como a consciencialização, o evento critico, o que se procura nos requisitos são as condições facilitadoras, o que é necessário a nível pessoal, sobretudo a preparação e conhecimento para obter padrões de resposta saudável para o papel de prestador de cuidados. Porém essas condições pessoais, os requisitos, as exigências para a ação, os recursos são variáveis em função da pessoa cuidada.
A finalidade deste estudo é conhecer os requisitos necessários para a assunção do papel de prestador (necessidades percecionadas / necessidades identificadas) em função das necessidades da pessoa cuidada), para que a partir destes resultados possa ser desenhado um projeto de intervenção de capacitação do prestador de cuidados.
Identificar os requisitos para a assunção do papel de prestador de cuidados de pessoas com dependência.
Na realidade portuguesa, ainda há escassa evidência sobre esta temática, nomeadamente sobre os requisitos necessários para a assunção do papel de prestador de cuidados (necessidades percecionadas / necessidades identificadas), em função das necessidades da pessoa cuidada. O principal benefício do projeto consiste em contribuir para a investigação e para a implementação futura de estratégias de atuação ao nível da capacitação do prestador de cuidados.
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01/01/2022
01/01/2024
Self-care and health-disease