Os adolescentes com cancro enfrentam problemas complexos e manifestam necessidades especiais. Estes encontram-se numa fase crítica do desenvolvimento, onde a doença é uma condição inesperada e contraditória com o sentimento de invulnerabilidade que lhes é característico.
O período entre a notícia de diagnóstico e início de tratamento constituirá um período crítico para o adolescente e família, a que corresponderá uma experiência existencial difícil, marcada por elevado sofrimento emocional, determinante na modulação das estratégias de coping e na tomada de decisões posteriores.
Especialmente no campo da hemato-oncologia, o conhecimento empírico que dispomos é escasso no que respeita às vivências no período após a notícia de diagnóstico, aos significados atribuídos à situação e aos aspetos relacionais. Considerando que o défice de conhecimento não favorece a política de diferenciação preconizada nos cuidados de saúde ao adolescente, acreditamos que o domínio deste conhecimento facilitará intencionalmente os processos empáticos e o apoio emocional nos cuidados de enfermagem ao adolescente.
A investigação empírica de tipo qualitativo, de cariz fenomenológico interpretativo, a que nos propomos orienta-se para a compreensão das experiências vividas pelos adolescentes com doença hemato-oncológica na fase após notícia do diagnóstico.
A amostragem proposicional incluirá adolescentes que preencham os critérios de inclusão/exclusão. Segundo outros estudos centrados em fenómenos de natureza idêntica, prevê-se que a saturação será obtida entre 8-16 entrevistas individuais e voluntárias, utilizando um guião com questões convite ao testemunho, respeitando os princípios formais e éticos fundamentais. Assumir-se-á um procedimento analítico indutivo, com método processual de Giorgi, e recorrendo ao programa informático QSR-NVIVO.
Compreender as experiências vivenciadas pelos adolescentes com doença hemato-oncológica, na fase pós notícia de diagnóstico.
01/01/2014
Em desenvolvimento
Self-care and health-disease