A desidratação, é um estado em que a perda de água excede a quantidade ingerida. A manutenção de uma hidratação adequada é crucial para o bem-estar e o funcionamento saudável do corpo humano, garantindo o seu equilíbrio e prevenindo os riscos associados à desidratação. No tratamento da desidratação em situações de desidratação grave, preferencialmente, é privilegiada a via entérica. Em algumas situações, outras vias de administração podem ser mais apropriadas e eficazes, como as vias parentéricas. Estas incluem a via intramuscular, IV e SC. A via IV é mais frequentemente utilizada para a administração de líquidos, uma vez que o sistema venoso consegue acomodar variações nos volumes circulantes através da expansão e constrição dos vasos sanguíneos, facilitando a administração de grandes volumes e/ou rápida. Contudo, o acesso IV nem sempre é possível ou viável, por exemplo em pessoas com veias frágeis, pouco cooperativos, agitados, confusos, com processos demenciais ou em situações onde a manutenção de uma linha venosa (seja central ou periférica) pode causar sofrimento/dor à pessoa (Caccialanza et al., 2018). Assim, a administração por via subcutânea, também conhecida como hipodermóclise, pode ser uma alternativa eficaz (Gabriel, 2014).
A hipodermóclise consiste numa técnica de administração de fluídos no tecido subcutâneo. Nesta, ocorre a perfusão contínua ou intermitente de fluídos ou terapêutica sob a pele, com o objetivo de cumprir o regime medicamentoso ou corrigir desequilíbrios hidroeletrolíticos (Silva & Perez, 2023). Esta técnica possibilita que o líquido administrado seja absorvido lentamente para a corrente sanguínea através de processos de difusão e perfusão tecidual (Arizon et al., 2004; Remington, 2007, citados por Conselho Regional De Enfermagem De São Paulo, 2009).
A técnica de administração subcutânea apresenta vantagens e limitações específicas (Freire 2021),. Por um lado, é mais económica e oferece uma via segura de administração, minimizando a necessidade de supervisão técnica e o risco de complicações locais e sistémicas. Além disso, a inserção do cateter é geralmente bem tolerada, promovendo o conforto e a mobilidade dos membros do utente. A possibilidade de infusões por gravidade elimina a necessidade de bombas infusoras e os locais de administração podem permanecer permeáveis por vários dias, permitindo a alta hospitalar antecipada ou até mesmo continuar o tratamento em casa. No entanto, é importante considerar as suas limitações. A hipodermóclise é usada especialmente em geriatria, oncologia e Cuidados Paliativos ([CP] Oliveira et al., 2014; Silva & Perez, 2023), sendo frequente em casos de desidratação moderada devido a disfagias severas, demências ou obstrução intestinal por neoplasias (Jain et al., 1999 ; Pereira, 2008, citado por Silva & Perez, 2023). A hipodermóclise é uma abordagem que requer poucos recursos materiais e é mais simples de executar do que a punção IV (Conselho Regional De Enfermagem De São Paulo, 2009). Segundo Caccialanza et al. (2018), é um procedimento que pode ser executado com o mínimo de formação. Após limpar e promover a antissepsia da pele, é inserida uma cânula, com um calibre entre 22 e 24 Gauge (depende da quantia de tecido subcutâneo e do volume a ser infundido), num ângulo de 45.o graus no espaço SC, direcionado para a cabeça e tórax. Após a inserção, o cateter é fixado com um penso transparente permeável, tal como num cateter IV, e conectado ao sistema com o conteúdo a perfundir (Caccialanza et al., 2018).
Esta revisão será realizada com o objetivo de “Avaliar a eficácia da hidratação por via SC, também conhecida como hipodermóclise, em comparação com a hidratação por via IV”.
In the treatment of dehydration, the enteric route is preferred; however, in some situations, parenteral routes such as intramuscular, intravenous, and subcutaneous may be more appropriate and effective. The intravenous route is frequently used for fluid administration due to its ability to accommodate large volumes in a short period of time. However, intravenous access is not always feasible, and in such cases, the subcutaneous route, also known as hypodermoclysis, can be an effective alternative.
Objective: To evaluate the efficacy of subcutaneous hydration, also known as hypodermoclysis, in comparison with intravenous hydration.
Methods: A Critical Literature Review was conducted, employing assumptions from Systematic Literature Review and Systematic Review of Effectiveness. The PICOD mnemonic was used to formulate the following research question: “What is the efficacy of subcutaneous/hypodermoclysis hydration compared to intravenous hydration in adults with hydration needs?”. Inclusion and exclusion criteria were defined, followed by a document search through the EBSCOhost Web platform, exploring the MEDLINE Complete, CINAHL Complete, and Academic Search Complete databases to locate studies addressing the defined question and objective. Ultimately, five articles were included for analysis.
“Avaliar a eficácia da hidratação por via SC, também conhecida como hipodermóclise, em comparação com a hidratação por via IV”, em contexto de cuidados em casa.
Produzir síntese da ciência a a eficácia da hidratação por via SC, também conhecida como hipodermóclise, em comparação com a hidratação por via IV, pode permitir aos Profissionais de Saúde, em particular a Enfermeiros, que cuidam de pessoas idosas dependentes no domicilio optar por utilizar esta técnica garantindo a hidratação das pessoas em situações em que outras vias não são adequadas ou possíveis aumentando o bem-estar.
Não aplicável.
Arthur, A. O. (2015). Innovations in Subcutaneous Infusions. Journal of Infusion Nursing, 38(3), 179–187. https://doi.org/10.1097/NAN.0000000000000099
Bruno, V. G. alupp. (2015). Hypodermoclysis: a literature review to assist in clinical practice. Einstein (São Paulo, Brazil), 13(1), 122–128. https://doi.org/10.1590/S1679- 45082015RW2572
Cabañero-Martínez, M. J., Velasco-Álvarez, M. L., Ramos-Pichardo, J. D., Ruiz Miralles, M. L., Priego Valladares, M., & Cabrero-García, J. (2016). Perceptions of health professionals on subcutaneous hydration in palliative care: A qualitative study. Palliative Medicine, 30(6), 549–557. https://doi.org/10.1177/0269216315616763
Caccialanza, R., Constans, T., Cotogni, P., Zaloga, G. P., & Pontes-Arruda, A. (2018). Subcutaneous Infusion of Fluids for Hydration or Nutrition: A Review. Journal of Parenteral and Enteral Nutrition, 42(2), 296–307. https://doi.org/10.1177/0148607116676593
Chanthong, P., Siriwattanakul, S., & Srion, C. (2022). Comparison of feasibility betweenhypodermoclysis and intravenous hydration among palliative care patients in Thailand. International Journal of Palliative Nursing, 28(7), 308–312. https://doi.org/https://doi.org/10.12968/ijpn.2022.28.7.308
Coelho, T. A., Wainstein, A. J. A., & Drummond-Lage, A. P. (2020). Hypodermoclysis as a Strategy for Patients With End-of-Life Cancer in Home Care Settings. American Journal of Hospice and Palliative Medicine, 37(9), 675–682. https://doi.org/10.1177/1049909119897401
Medicina da Universidade de Coimbra. https://core.ac.uk/download/pdf/43586836.pdf
Danielsen, M. B., Worthington, E., Karmisholt, J. S., Møller, J. M., Jørgensen, M. G., & Andersen, S. (2022). Adverse effects of subcutaneous vs intravenous hydration in older adults: An assessor-blinded randomised controlled trial ( RCT ). Age and Ageing, 51(1), Afab193, October 2021, 1–8. https://doi.org/https://academic.oup.com/ageing/article/51/1/afab193/6394989
Ebersold, S., & Monn, J. (2020). Hypodermoclysis in Long-term Care. Journal for Nurse Practitioners, 16(6), 438–441. https://doi.org/10.1016/j.nurpra.2020.03.008
Esmeray, G., Şenturan, L., & Döventaş, A. (2018). A study on efficacy of hydration administered by subcutaneous infusion in geriatric patients. Turkish Journal of Geriatrics, 21(3), 438–445. https://doi.org/10.31086/tjgeri.2018344059
Katayama, M., Silva, T., Oliveira, C., Carfesan, C., & Júnior, N. (2024). A importância da humanização da assistência de enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva Adulto. Revista Eletrónica Acervo Saúde, 24(5), 1–10.
14/02/2024
02/06/2025
Care Systems, Organization, Models, and Technology