As infeções urinárias são muito frequentes, quer em hospitais como em lares, e cerca de 80% das IU estão associadas ao uso de CV (Jorge, Mazzo, Mendes, Trevizan, & Martins, 2013). A par da pneumonia, a IUACV é a infeção mais frequente a nível hospitalar (Sopirala, Syed, Jandarov, & Lewis, 2018). Estima-se que 26% dos doentes, que dão entrada nos hospitais, são submetidos a cateterização vesical (Mitchell et al., 2017), mas em cerca de 40% das vezes o uso de CV não está indicado (Wooller et al., 2018). Numa meta-análise realizada por Li et al. (2019) os resultados revelam que a incidência da IUACV é de 13,79 por cada 1000 dias de uso de CV, com uma prevalência associada de 9,33%.
A IUACV aumenta o número de reinternamentos, aumenta a duração dos internamentos, aumenta os custos e, consequentemente, aumenta o uso de antimicrobianos, que tanto contribui para o aumento de resistências aos antimicrobianos. A nível da gestão, estes dados ganham relevância num contexto de restrições económicas e de listas de espera que não dão resposta às necessidades.
Em Portugal, à semelhança da realidade internacional, as questões relacionadas com a prevenção e controlo das infeções associadas aos cuidados de saúde são prioritárias. Por isto, várias entidades têm-se dedicado à produção de guidelines com orientações baseadas em evidência, para melhorar as práticas de cuidados de saúde e contribuir para a redução das IACS. Em Portugal, no que concerne à IUACV, existe uma norma da Direção-Geral da Saúde (“Feixes de intervenção para a prevenção da infeção urinária associada a cateter vesical”) com uma abordagem multimodal para a prevenção da IUACV, onde consta uma grelha de auditoria para avaliar o cumprimento da norma. No entanto, até à data não se conhece o nível de cumprimento da norma, nem os indicadores relacionados com o uso de CV ou da IUACV.
Jorge, B., Mazzo, A., Mendes, I., Trevizan, M., & Martins, J. (2013). Infeção do trato urinário relacionada com o uso do cateter: revisão integrativa. Revista de Enfermagem Referência, III Série(11), 125-132. doi:10.12707/riii1271
Li, F., Song, M., Xu, L., Deng, B., Zhu, S., & Li, X. (2019). Risk factors for catheter-associated urinary tract infection among hospitalized patients: A systematic review and meta-analysis of observational studies. J Adv Nurs, 75(3), 517-527. doi:10.1111/jan.13863
Mitchell, B. G., Fasugba, O., Gardner, A., Koerner, J., Collignon, P., Cheng, A. C., . . . Gregory, V. (2017). Reducing catheter-associated urinary tract infections in hospitals: study protocol for a multi-site randomised controlled study. BMJ Open, 7(11), e018871. doi:10.1136/bmjopen-2017-018871
Sopirala, M. M., Syed, A., Jandarov, R., & Lewis, M. (2018). Impact of a change in surveillance definition on performance assessment of a catheter-associated urinary tract infection prevention program at a tertiary care medical center. Am J Infect Control, 46(7), 743-746. doi:10.1016/j.ajic.2018.01.019
Wooller, K. R., Backman, C., Gupta, S., Jennings, A., Hasimja-Saraqini, D., & Forster, A. J. (2018). A pre and post intervention study to reduce unnecessary urinary catheter use on general internal medicine wards of a large academic health science center. BMC Health Serv Res, 18(1), 642. doi:10.1186/s12913-018-3421-2
01/01/2019
Em desenvolvimento
Care Systems, Organization, Models, and Technology