Tornar-se pai e mãe é uma das tarefas mais importantes do ciclo vital, e um dos papéis mais desafiadores para os pais, em particular quando o fazem pela primeira vez. Trata-se de um dos acontecimentos mais marcantes na vida do casal, sendo geralmente acompanhado por mudanças significativas a nível do sistema familiar.
O pós-parto é, como refere Mendes (2007, p. 1), um período marcado pela grande vulnerabilidade emocional para ambos os pais, em geral, e da mulher, em particular. De facto, lidar com todas estas exigências, que se impõem à mãe quando tem como responsabilidade o cuidar de um filho, podem dificultar a capacidade da mesma em dar uma resposta eficaz e, simultaneamente, torná-la mais vulnerável ao aparecimento de distúrbios, quer físicos quer emocionais, que interferem com o seu bem-estar, com o bem-estar do bebé. Daí que a necessidade social de apoiar a parentalidade positiva conduzisse ao aparecimento de Programas de Educação Parental, conceptualizados como uma intervenção de natureza educativa e preventiva, ou como resposta a situações de crise junto de mães e pais de diversos níveis socioculturais e económicos.
Após a saída da Maternidade, que cada vez acontece mais precocemente, surgem as verdadeiras dificuldades, e o suporte familiar é quase inexistente. É nesta altura que os pais mais precisam da ajuda dos profissionais de saúde, mais concretamente dos enfermeiros. Daí a necessidade de criar e oferecer programas de intervenção parental adequados às verdadeiras necessidades dos pais. Os enfermeiros que tiveram um papel preponderante junto do casal desde a vigilância pré-natal até ao puerpério, na educação e no empoderamento destes para esta nova tarefa, deverão dar continuidade a essas intervenções, ajudando estes pais a ultrapassar as diversas dificuldades que possam surgir.
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Resultados esperados
Com esta intervenção espera-se melhorias nos conhecimentos dos pais, concretamente nas tarefas parentais, melhorias na relação pais criança e aquisição de habilidades específicas, por parte das crianças. Espera-se também um impacto benéfico no bem-estar quer da criança quer dos pais. Preveem-se resultados na redução da depressão materna, no stress, na melhoria da autoestima dos casais e no relacionamento conjugal.
A educação parental pode ajudar os pais a aprender práticas parentais importantes com vista à otimização da trajetória desenvolvimental das crianças. Espera-se proporcionar aos pais ferramentas que os possam ajudar no conhecimento das diferentes etapas de desenvolvimento de seus filhos. Por exemplo, os pais de um recém-nascido precisam entender que o bebé ao nascer vem dotado de competências que lhe permitem interagir quer com o meio quer com as figuras parentais desta forma compete aos pais proporcionar-lhe esses momentos de interação.
01/01/2011
Em desenvolvimento
TRANSIÇÃO PARA A PARENTALIDADE: RESPOSTAS NO PROCESSO DE AJUSTAMENTO
Well-being and Health Promotion