Burnout em Enfermeiros em meio prisional

A síndrome de burnout tem sido objecto de estudo, a nível mundial, por parte dos investigadores que relacionam a sua prevalência com profissões que exigem responsabilidades relacionais. Existem estudos em que a síndrome surge associada a stress profissional, fundamentalmente realçando os constrangimentos organizacionais ou de caracterização do trabalho e outros, que consideram o seu desenvolvimento ser resultante da forma como as pessoas percebem o seu trabalho, permanecendo assim a controvérsia sobre o papel dos factores contextuais e pessoais.

Os enfermeiros que trabalham nos serviços prisionais confrontam-se, diariamente, com situações críticas e de stress. As características do seu trabalho exigem capacidade de adaptação para lidar com situações difíceis que derivam do cuidar de pessoas com problemas de saúde física e/ou mental sob medidas privativas de liberdade, agravado pelo confronto das expectativas individuais com a realidade do trabalho face a factores organizacionais e institucionais pelo condicionalismo a um conjunto de regras próprias do sistema normativo jurídico-penal.

Este estudo de metodologia quantitativa, do tipo descritivo–correlacional tem como objectivo identificar as eventuais relações entre o burnout no trabalho e o stress ocupacional e  a vulnerabilidade ao stress e as diferentes variáveis sóciodemográficas e profissionais. A amostra do estudo foi constituída por 95 enfermeiros, de uma população de 124 elementos, da área de prestação de cuidados de saúde em meio penitenciário em unidades de saúde nos estabelecimentos prisionais centrais e de alta segurança.

 A recolha de dados foi realizada por um questionário de auto resposta, que era composto por um questionário de caracterização sociodemográfica e profissional e os instrumentos de medida MBI-GS, ESO e 23QVS.

Apesar de os níveis médios de stress ocupacional, burnout e vulnerabilidade ao stress se encontrarem abaixo dos níveis de referência para situações problemáticas, encontrou-se uma percentagem elevada de enfermeiros com níveis de stress elevados (29,5%), de burnout (exaustão e cinismo 31,6%) e vulnerabilidade (16,6%). Verificou-se ainda, uma correlação moderada e estatisticamente significativa entre o stress e a exaustão emocional (r=0,315; p = 0,002), o stress e o cinismo (r=0,329; p=0,001).

Tendo em conta o estudo desenvolvido parece ser razoável afirmar que, apesar de existir uma correlação entre burnout e stress ocupacional, estes são constructos diferentes uma vez que apenas duas dimensões do primeiro estão correlacionadas, e de forma moderada, com o segundo.

Apesar de os níveis médios de stress ocupacional, burnout e vulnerabilidade ao stress se encontrarem abaixo dos níveis de referência para situações problemáticas, encontrou-se uma percentagem elevada de enfermeiros com níveis de stress elevados (29,5%), de burnout (exaustão e cinismo 31,6%) e vulnerabilidade (16,6%). Verificou-se ainda, uma correlação moderada e estatisticamente significativa entre o stress e a exaustão emocional (r=0,315; p = 0,002), o stress e o cinismo (r=0,329; p=0,001).

Tendo em conta o estudo desenvolvido parece ser razoável afirmar que, apesar de existir uma correlação entre burnout e stress ocupacional, estes são constructos diferentes uma vez que apenas duas dimensões do primeiro estão correlacionadas, e de forma moderada, com o segundo.

Informação do projeto

  • Data de início

    01/01/2011

  • Data de conclusão

    01/01/2012

  • Linha Temática

    Well-being and Health Promotion

  • Target population
    • Enfermeiros
  • Equipa
    • Maria Margarida Grácio da Silva Claro RI
    • Aida Maria de Oliveira Cruz Mendes