A ética pode ser entendida como a reflexão de um grupo de pessoas ou de uma comunidade acerca dos valores, práticas e comportamentos, por exemplo, aceitáveis aquele momento da sua história. Assim, em diferentes comunidades, existem diferentes variações éticas, que resulta em diferentes comportamentos e cosmovisões. As comunidades tradicionais amazônicas (ribeirinhos, quilombolas e indígenas) não são exceção, envolvendo desafios éticos para a realização de estudos em seu âmbito.
A pesquisa-ação participativa em Saúde (PaPS) é uma abordagem metodológica que prevê, necessariamente, a interação entre pesquisadores e pesquisados, de onde surgem as questões a serem abordadas, solucionadas, e implantadas de forma a resolver essas questões. Um Living Lab (Laboratório Vivo) é um ambiente de inovação aberto e colaborativo, onde os parceiros cocriam, testam e desenvolvem soluções em contextos reais. Um Living Lab tem como vantagem testar e validar inovações em contextos reais, através da co-criaçao e da participação ativa dos moradores de uma comunidade. Essa abordagem permite um validação contínua, otimizando soluções e reduzindo riscos. Ele promove inovação aberta e colaboração entre diferentes indivíduos, gerando conhecimento e soluções aplicáveis (e replicáveis) que são mais eficazes e mais culturalmente congruentes.
O macroprojeto de criação do Centro de Estudos sobre Sustentabilidade, Populações Tradicionais e Educação na Amazônia (CESPE), ao qual esse estudo encontra-se vinculado, se alinha aos esforços globais para promover o desenvolvimento sustentável, a diversidade cultural e os direitos das populações tradicionais, aprovado através da Chamada CNPq/MCTI/FNDCT Nº 19/2024 – Centros Avançados em Áreas Estratégicas para o Desenvolvimento Sustentável da Região Amazônica - Pró- Amazônia.
No âmbito do CESPE, propomos o projeto de pós-doutoramento “Desafios Éticos na Criação de Laboratórios Vivos”. Trata-se do desenvolvimento da estrutura de base com parcerias acadêmico comunitárias para apoio à co-criação de diretrizes éticas para pesquisa-ação participativa em saúde, voltadas comunidades tradicionais na Amazônia brasileira. A partir das características sócio geográficas e das demandas trazidas pelas comunidades tradicionais que vão participar deste estudo, pelo menos 3 grupos de pesquisa e de experiências extensionistas vão co-criar projetos sobre práticas sustentáveis e de inovação social. Esses projetos serão sistematizados numa plataforma que também permitirá o armazenamento de dados, assim como do acervo fotográfico e documental deste processo colaborativo. Esta plataforma servirá para a disseminação dos exemplos de práticas corretas, de modo a serem catalisados para outras comunidades.
Como resultado do projeto, pretende-se desenvolver, durante o período de pós-doutoramento, um referencial orientador para os desafios éticos na criação do RIOS Living Lab. Trata-se um estudo de pesquisa-ação participativa baseada na comunidade no âmbito do projeto Peer-education Engagement and Evaluation Research (PEER) da Health Sciences Research Unit: Nursing (UICISA:e).
Um Living Lab (Laboratório Vivo) é um ambiente de inovação aberto e colaborativo, onde os parceiros cocriam, testam e desenvolvem soluções em contextos reais. O macroprojeto de criação do Centro de Estudos sobre Sustentabilidade, Populações Tradicionais e Educação na Amazônia (CESPE), ao qual esse estudo encontra-se vinculado, se alinha aos esforços globais para promover o desenvolvimento sustentável, a diversidade cultural e os direitos das populações tradicionais, aprovado através da Chamada CNPq/MCTI/FNDCT Nº 19/2024 – Centros Avançados em Áreas Estratégicas para o Desenvolvimento Sustentável da Região Amazônica - Pró- Amazônia. Nesse âmbito propomos o projeto de pós-doutoramento “Desafios Éticos na Criação de Laboratórios Vivos”. Trata-se do desenvolvimento da estrutura de base com parcerias académico-comunitárias para apoio à co-criação de diretrizes éticas para pesquisa-ação participativa em saúde (PaPS), voltadas comunidades tradicionais na Amazônia brasileira. Irão participar deste estudo, pelo menos 3 grupos de pesquisa e de experiências extensionistas vão co-criar projetos sobre práticas sustentáveis e de inovação social. Esses projetos serão sistematizados numa plataforma que também permitirá o armazenamento de dados deste processo colaborativo. Como resultado do projeto, pretende-se desenvolver, durante o período de pós-doutoramento, um referencial orientador para os desafios éticos na criação do RIOS Living Lab.
1. Co-criar um protocolo do ponto de vista ético, para o RIOS Living Lab, no âmbito do Centro de Estudos sobre Sustentabilidade, Povos tradicionais e Educação na Amazônia (CESPE)
2. Capacitar o grupo RIOS. Rede de Inovação e Oportunidades Sustentáveis a fim de incrementar práticas culturalmente congruentes junto a comunidades tradicionais no Amapá.
3. Participar na co-criação de projetos de pesquisa e experiências extensionistas sobre práticas sustentáveis e de inovação social no contexto cultural das populações tradicionais da Amazônia, contribuindo uma visão ética.
A pesquisa-ação participativa em saúde é uma inovação investigativa que transforma a comunidade em protagonista na construção do conhecimento. Para a sociedade, o impacto é o empoderamento e desenvolvimento local, gerando resultados relevantes e adaptados às realidades de comunidades tradicionais, com amplo respeito pela sua cosmovisão ética.
Para o cidadão, as intervenções em saúde são concebidas a partir de suas próprias necessidades, tornando as soluções mais eficazes e sustentáveis. Esse processo capacita os indivíduos, fortalece a autonomia e contribui para a redução das desigualdades em saúde, promovendo um bem-estar mais equitativo.
Para as pessoas envolvidas nas parcerias académico-comunitárias, os benefícios transcendem a produção de evidência científica: aumento de conhecimentos e de performance; estabelece ligações com outros membros comunitários; permite contribuições positivas para a comunidade; comparticipação financeira; aumenta a procura de serviços que são difíceis de fornecer.
Por se tratar de abordagem participativa através de parcerias académico-comunitárias, diversos atores sociais serão envolvidos, tais como: líderes comunitários e a comunidade geral, académicos e investigadores em diferentes etapas de formação, além de outros parceiros de instituições públicas e privadas. Isso significa uma abordagem colaborativa e de coprodução, onde as cosmovisões de cada comunidade serão respeitadas e seus membros estarão presentes desde o início do projeto até o seu final, validando passo-a-passo a pesquisa.
Será envolvimento de coprodução: o(s) cidadão(s) exerce(m) ativamente um papel de membro(s) da equipa de investigação no controle, direção e gestão da investigação, e participa(m), no mesmo nível de decisão que os investigadores nas fases de realização do projeto.
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30/04/2025
30/04/2026
PEER - AVALIAÇÃO DE PROJECTOS DE EDUCAÇÃO PELOS PARES EM PORTUGAL, BRASIL E CABO VERDE
Well-being and Health Promotion