A vinculação pré-natal (VPN) é a representação da vinculação dos pais ao feto. Está ligada a variáveis psicossociais que influenciam a saúde da gravidez e o resultado do parto.
Foram objectivos desta investigação: estudar a articulação entre a VPN e as variáveis psicológicas que influenciam o resultado do parto e a ocorrência de patologia obstétrica; comparar as variáveis psicológicas dentro do casal e entre homens e mulheres na gravidez e depois do nascimento; identificar a influência das variáveis psicológicas das grávidas sobre a patologia obstétrica e no resultado do parto; averiguar o efeito do resultado do parto e da patologia obstétrica sobre a vinculação pós-natal.
Realizaram-se três estudos quantitativos do tipo longitudinal (no segundo trimestre de gravidez, imediatamente após o parto e 8 a 12 meses depois do parto). A amostra inicial constituiu-se com 407 casais. Nos primeiro e terceiro estudos, foram aplicadas as seguintes escalas: EVPNMP (Escala de vinculação Pré-natal Materna e Paterna), EAGM (Escala de Atitudes sobre a Gravidez e a Maternidade), EASAVIC (Escala de Avaliação da Satisfação em Áreas da Vida Conjugal), IRP (Inventário de Resolução de Problemas), DASS-42 (Depression, Anxiety and Stress Scale), PSS (Perceived Stress Scale), adaptação ao contexto profissional e BSI (Brief Symptoms Inventory).
Os resultados indicaram que a VPN é influenciada pelas variáveis psicológicas, pela idade e pelo planeamento da gravidez. A VPN materna e as características sociodemográficas não influenciam a ocorrência de patologia obstétrica, tipo de parto, idade gestacional e saúde do recém-nascido. A sensibilidade interpessoal materna e o coping pedido de ajuda influenciam a ocorrência de patologia obstétrica.
Após o nascimento, os níveis de vinculação ao bebé mantêm-se nas mulheres e aumentam nos homens; o stress e os sintomas psicopatológicos são mais elevados nas mulheres; a satisfação conjugal decresce no casal e aumentam os valores da ideação paranóide e do controlo interno/externo dos problemas; as variáveis psicológicas, sociodemográficas e clínicas não comprometem a vinculação pós-natal.
Concluiu-se que a VPN é sensível a variáveis psicológicas, idade e planeamento da gravidez mas não influencia a patologia obstétrica nem o resultado do parto. Após o nascimento, a vinculação paterna aumenta; a satisfação conjugal diminui e há mais risco psicológico nas mulheres. Estes são períodos críticos para os casais.
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01/01/2012
01/01/2016
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