O aumento exponencial da população envelhecida é considerado um êxito da humanidade mas também um desafio para a sociedade. Estima-se que pessoas com idades acima dos 65 anos deverão ser cerca de dois biliões em 2050 (WHO, 2002). Relativamente a Portugal a população idosa com 65 ou mais anos é de 2,023 milhões de pessoas o que representa cerca de 19% da população total [1]sendo que na última década o número de idosos cresceu para cerca de 19% (INE, 2011). Face ao processo de envelhecimento surgem diversas doenças cronicas nas pessoas idosas bem como limitações físicas e psicológicas, enquadrando-se nestas a ocorrência de quedas. A Joint Declaration of the European Stakeholders Alliance for Active Ageing through Falls Prevention (2015), acrescenta ainda que apesar de muitos constrangimentos de saúde e do bem-estar das pessoas idosas as quedas são consideradas uma das causas de morbilidade, de incapacidade e de morte prematura. Estas têm sido nos últimos anos, uma das preocupações das entidades de saúde a nível mundial por constituir um dos problemas sérios de saúde pública. Portugal não é exceção e de acordo com o Plano Nacional para a Segurança dos Doentes (2015-2020) no Objetivo Estratégico 6, salienta-se a prevenção da ocorrência de quedas. Com a finalidade de se contribuir para atingir este objetivo recomendado pela Direção Geral de Saúde (DGS) e para obtermos ganhos em saúde nas pessoas idosas, preconizamos a utilização de uma escala que se adequasse aos contextos comunitários onde residem essas pessoas. Conseguimos através de um contato formal com a Sarah Yallop do Department of Health & Human Services de Melbourne- Victoria- Australia a autorização para a utilização da Escala de FRAT (Fall Risk Assessment Tool). Esta Escala está a ser aplicada no estado de Victoria na Austrália a pessoas idosas residentes em lares e o que pretendemos é aplica-la às pessoas idosas residentes na comunidade portuguesa. Para esta concretização é necessário procedermos a determinados processos metodológicos para a respetiva validação da Escala de FRAT para a população portuguesa e, consequentemente a sua aplicação para avaliação do risco de queda nas pessoas idosas. Neste momento encontra-se finalizada a validação semântica, concetual e cultural da Escala de FRAT pela Professora Doutora Cidalina Abreu e a Professora Adjunta Marina Montezuma Vaquinhas, prosseguindo a Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física à validação psicométrica da Escala por um doutorando sob a orientação da Professora Doutora Ana Teixeira e coorientação dos Professores Doutores Cidalina Abreu e Guilherme Furtado.

Após esta validação metodológica pretendemos proceder ao desenvolvimento do estudo em contexto da comunidade com a finalidade de prevenir quedas em pessoas idosas, contribuindo para a segurança das mesmas. Este estudo poderá compreender numa primeira fase a uma avaliação do risco de queda, numa segunda fase face aos resultados obtidos realizar sessões de educação para a saúde aos cuidadores formais, informais e às próprias pessoas idosas dependendo dos contextos e, por fim numa terceira fase averiguar se houve ganhos em saúde pela comparação a realizar-se antes e depois da formação acerca de como prevenir risco de queda em pessoas idosas. Finalmente, ambicionamos realizar um estudo comparativo entre a região centro (Coimbra) e o estado de Victoria (Melbourne) Austrália.

[1] - INE (2011)-Censos 2011 – Resultados Pré-definitivos

Resultados esperados

Validação semântica, concetual e cultural da escala de FRAT Validação psicométrica da Escala de FRAT Averiguação do risco de quedas em lares, domicílios e centros de dia Prevenção de quedas em lares, domicílios e centros de dia

Outros resultados

Atividades de extensão à comunidade Internacionalização Relatório: Anual