Promoção da saúde mental materna perinatal - Da evidência científica à construção de um protótipo de intervenção culturalmente sensível em cuidados de saúde primários

Este projeto surge na sequência de uma inquietação e de um desejo da estudante de poder contribuir para uma melhoria dos cuidados de enfermagem prestados ao nível da saúde mental materna no período perinatal, através de um processo de investigação que suporte a prática baseada na evidência, no âmbito da Enfermagem Especializada em Saúde Mental e Psiquiátrica.
Neste sentido, apesar de em Portugal, termos definido algumas orientações para os Profissionais de Saúde, no Manual de Promoção da Saúde Mental na Gravidez e na Primeira Infância, (DGS, 2005), gostaríamos de contribuir com um estudo de investigação neste âmbito que permita aprofundar o conhecimento nesta área e definir as linhas orientadoras para a construção de um protótipo de promoção da saúde mental materna perinatal ao nível dos Cuidados de Saúde Primários.
A Enfermagem Especializada em Saúde Mental e Psiquiátrica tem um papel determinante na abordagem multidimensional e individualizada nas várias intervenções decorrentes das suas competências específicas e de acordo com os Padrões de Qualidade, nomeadamente no desenvolvimento de programas de intervenção que visem a psicoeducação e o treino em saúde mental, consideradas essenciais nos processos de transição e ajustamento saudáveis dos indivíduos e comunidades (Regulamento nº 515/2018).
A fim de atingir os objetivos definidos foi realizada uma pesquisa bibliográfica em bases de dados (Medline, Cinahl, Psycology and Behavioral Sciences Colletions) e na biblioteca da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEC), em livros e revistas com pertinência nesta temática.
Assim definimos, como objetivo geral deste trabalho de investigação:
- Elaborar um protótipo de promoção de saúde mental materna perinatal culturalmente sensível em cuidados de saúde Primários, no âmbito da Enfermagem Especializada em Saúde Mental e Psiquiátrica.
O estudo definido, terá por base a metodologia qualitativa tendo em conta que se pretende conhecer os diferentes aspetos do fenómeno do ponto de vista dos participantes e analisar os vários significados a partir das suas vivências e experiências de vida num determinado contexto.
O estudo será realizado num contexto específico de cuidados de saúde: ACES Medio Tejo na UCC de Abrantes, após as respetivas autorizações.
No contexto da investigação qualitativa, recorre-se a uma amostra não probabilística.A amostra será constituída por participantes pertencentes à área de abrangência da UCC de Abrantes, que se disponibilizem para participar na investigação e que cumpram com os critérios de inclusão definidos.
Neste sentido prevemos a constituição de 3 grupos, com as seguintes caraterísticas:
A - Mulheres grávidas e os seus maridos/companheiros;
B – Mulheres e seus maridos/companheiros em pós-parto até aos 12 meses;
C – Médicos de Família e Enfermeiros dos CSP (Enfermeiros Generalistas, Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia e outros)
Que aceitem participar no estudo.
Os critérios de Inclusão definidos para a constituição dos grupos: Mulheres grávidas e seus maridos/companheiros, mulheres e seus maridos/companheiros em pós-parto até aos 12 meses, com mais de 18 anos, e profissionais de saúde dos CSP (Médicos de Família e Enfermeiros)
Citérios de Exclusão: Adolescentes grávidas, mulheres ou homens com perturbação mental diagnosticada.
Neste estudo iremos proceder à recolha de dados através da entrevista e observação em contexto de focus group, e à recolha de notas de campo durante as entrevistas.
Assim propomos a realização de 3 focus group (A - Mulheres grávidas e seus maridos/companheiros; B - Mulheres e seus maridos/companheiros em pós-parto até aos 12 meses; C – Médicos de Família e Enfermeiros)
A análise dos dados deve ser realizada após o registo dos mesmos. Para a análise dos dados será necessário recorrer a análise de conteúdo.
Todos os participantes serão informados dos procedimentos, princípios e será assegurada a confidencialidade das respostas e o anonimato, assim como o direito de desistir do estudo a qualquer momento, não se prevendo danos físicos, emocionais ou colaterais potenciais. Depois de esclarecidos os participantes assinarão um consentimento informado e comprovativo de autorização do uso dos dados no estudo. Os participantes poderão ter acesso aos resultados da investigação.
Nesse sentido comprometo-me ao cumprimento de todos os pressupostos éticos relativos a uma investigação científica.
Foram realizados pedidos formais à Comissão de Ética da ARSLVT e UICISA:E, bem como as respetivas autorizações à Direção Executiva do ACES Médio Tejo e à Coordenadora da UCC de Abrantes. Todos esses pedidos já foram analisados e autorizados.

  • Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
  • ARS Lisboa e Vale do Tejo
  • ACES Médio Tejo
  • UCC de Abrantes
  • Direção-Geral da Saúde. (2017). Programa Nacional para a Saúde Mental. Lisboa, Portugal: Autor.
    Haga SM, Drozd F, Lisøy C, Wentzel-Larsen T, Slinning K (2018). MammaMia – A randomized controlled trial of an internet-based intervention for perinatal depression. Psychological Medicine 1–9. https://doi.org/10.1017/S0033291718002544

    Harvey, S. T., Bennett, J. A., Burmeister, E., & Wyder, M. (2018). Evaluating a nurse-led community model of service for perinatal mental health. Collegian. , https://doi.org/10.1016/j.colegn.2017.12.005

    Macedo, AF; Pereira, A.T. & Marques, M. (2014). Psiquiatria Perinatal – Perspetiva histórica e aspetos nosológicos. In A.F.

    Macedo & A.T. Pereira (Coords), Saúde Mental Perinatal (1ªed., cap.1, pp. 3-25). Lisboa: LIDEL

    Marques, M.; Pereira, A.T.; Soares, M.J.; Bos, S.; Maia, B.R.; Valente, J. & Macedo, A.F. (2014). Intervenções psicoterapêuticas. In A.F. Macedo & A.T. Pereira (Coords), Saúde Mental Perinatal (1ªed., cap.11, pp.221-239). Lisboa: LIDEL

    Regulamento nº 515/2018 de 7 de agosto. Diário da República nº 151/2018 – II Série. Ordem dos Enfermeiros. Lisboa, Portugal.

    Watson, H., Harrop, D., Walton, E., Young, A., & Soltani, H. (2019). A systematic review of ethnic minority women’s experiences of perinatal mental health conditions and services in Europe. PLOS ONE, 14(1), e0210587. doi:10.1371/journal.pone.0210587

    World Health Organization. (2009). Mental health aspects of women's reproductive health: A global review of the literature. Geneva: World Health Organization. Recuperado de http://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwitIrhwKjjAhWIkxQKHYocCqgQFjAAegQIBBAC&url=http%3A%2F%2Fwhqlibdoc.who.int%2Fpublications%2F2009%2F9789241563567_eng.pdf&usg=AOvVaw3zoLKXRi49VUjN-lSRK-cP
    WPA (2017). Calls for greater global focus on improving quality of mental health care for women in the perinatal phase. Recuperado de: http://www.wpanet.org/uploads/Position_Statement/WPA%20perinatal%20position%20statement %20FINAL.pdf

    Informação do projeto

    • Data de início

      01/01/2021

    • Data de conclusão

      01/01/2021

    • Linha Temática

      Well-being and Health Promotion

    • Target population
      • Grávidas e mulheres em pós-parto até aos 12 meses de vida do RN
    • Project Team
      • Ana Paula Teixeira de Almeida Vieira Monteiro RI
      • Ana Paula Forte Camarneiro
      • Maria da Graça Gonçalves Bento Sebastião