Este projeto será conseguido por uma equipa multidisciplinar de investigadores, provenientes de vários domínios científicos (Psicologia, Sociologia, Medicina e Enfermagem) que apresentam uma fluente experiencia no desenvolvimento de projetos de investigação (em contexto académico, profissional e de extensão à comunidade), uma vasta prática no planeamento e implementação de projetos de educação para a saúde e, ainda, uma fluente experiência de intervenção “em” e “com” famílias em contexto de Cuidados de Saúde Primários.
Estas suas características não minimizam, porém, o desafio que ele lhes propõe, dado ser pioneiro no recurso a uma metodologia de intervenção sistémica que se torna essencial para o seu desenvolvimento e que até à data é inexistente em contexto de cuidados de saúde primários. Com efeito, ainda que há muito se preconizem desenhos de intervenção multidimensional e sistémica neste contexto, esta será uma das primeiras ocasiões em que cientistas de vários domínios se reúnem e se propõem a realizar um programa, assente numa base empírica de teoria sistémica, que coadjuve as famílias nas respostas adaptativas que a passagem à reforma lhes suscita.
Para tal, e na base da construção do programa que será intitulado de “Reforma Ativa”, estará sempre presente a missão de capacitar os indivíduos e as famílias para o desenvolvimento de competências que lhes permita identificar as suas próprias situações de vulnerabilidade e estabelecer um plano de auto-resolução, por forma a conseguirem dar uma resposta mais eficiente às mesmas. Essa capacitação envolverá diferentes dimensões psicoemocionais do desenvolvimento humano (WHO, 2002) e mais especificamente aos factores de vulnerabilidade em saúde identificados por Loureiro (2011a, 2011b), que constituirão variáveis centrais deste estudo: a autoeficácia percebida, a autoestima percebida, a adaptabilidade e coesão familiar e, a satisfação conjugal.
Neste sentido, o objecto de estudo será “os indivíduos e subsistemas conjugais que se encontram numa fase do ciclo vital de meia-idade e que vivenciam um processo de adaptação à reforma, há menos de cinco anos[1]” e o meio de desenvolvimento será o contexto de Cuidados de Saúde Primários (CSP).
O projeto será desenvolvido em dois anos, sendo o primeiro reservado à construção do protótipo do programa “Reforma Ativa” e o segundo, posterior ao seu ensaio, reservado à avaliação da eficiência da sua implementação
[1] Este específico espaço cronológico, por se considerar o período médio de tempo em que decorre a adaptação à transição em estudo (Atchley, 1996)
Resultados esperados:
Ao longo do desenvolvimento do projeto serão realizados: 4 relatórios parcelares, referentes à descrição dos resultados obtidos nos principais momentos da sua implementação; 1 relatório intermédio, realizado no final do primeiro ano e correspondente à construção do programa protótipo; 1 relatório final, no qual será descrito todo o desenvolvimento do projeto, dando particular enfase ao processo de implementação do programa “Reforma Ativa”.
Destes relatórios resultará a divulgação contínua das principais evidências empíricas nas mais diversas fontes científicas (ex. artigos e comunicações), a construção de duas teses de mestrado, a organização de uma conferência internacional e, finalidade deste projeto, um programa de intervenção em saúde intitulado “Reforma Ativa”.
Com a implementação deste projeto espera-se, então, conseguir um instrumento de intervenção que promova a saúde familiar na meia-idade, com vista à obtenção de um processo de envelhecimento ativo. Mas a relevância social da sua consecução não se cingirá aos ganhos em saúde que possam advir da participação num programa desta natureza. Numa perspectiva mais abrangente, pretende-se que os resultados da sua implementação venham a ser utilizados nos contextos laborais (ex. sensibilização para a preparação para a reforma), nos contextos pedagógicos (ex. inclusão desta temática nos curricula dos cursos graduados e pós-graduados), nos contextos de saúde (ex. contributos que orientarão a DGS na construção de um plano de promoção da saúde dirigido a indivíduos e famílias na meia-idade) e noutros contextos e instituições da rede social que possam vir a usufruir deste conhecimento (ex. sindicatos dos trabalhadores aposentados, associações de trabalhadores aposentados).
01/01/2013
01/01/2015
FAMILY CARE THROUGHOUT THE LIFE CYCLE
Well-being and Health Promotion