No ano letivo 2004/2005, sob a proposta do Conselho Científico ESEBB foi criado um grupo de trabalho para caracterizar a população estudantil de forma a adequar estratégias de formação em Enfermagem e potencializar a aprendizagem do cuidar. O grupo “Caracterização dos estudantes da ESEBB” era constituído por professores indicados pelos respetivos Núcleos e por estudantes. Assim, e em resposta à solicitação deste órgão, realizou-se um estudo de caracterização dos estudantes de Enfermagem, desde as suas origens geográficas e familiares, à trajetória pessoal e escolar, bem como aspetos relacionados com os seus hábitos e práticas em saúde além de opiniões sobre a Enfermagem. Com a fusão da ESEBB e ESEAF o grupo foi alargado integrando também a coordenadora do grupo de Educação pelos Pares. Alargou-se também o âmbito de atuação deste grupo passando de uma função de caracterização para objetivos de intervenção em promoção da saúde em contexto escolar. Em 13 de Fevereiro de 2009 propõe-se o grupo a ter uma nova designação “Promoção com/em Saúde na ESEnfC” e redefinir a sua missão e atividades a desenvolver no âmbito do movimento das universidades promotoras de saúde (HPU, 2010) e integrando a metodologia de investigação-ação participativa (ICPHR, 2010).
Vários estudos incluídos na rede mundial de escolas promotoras de saúde descrevem os benefícios de se desenvolverem intervenções de promoção da saúde nas comunidades
educativas, sobretudo quando os programas são integrais, demonstrando que níveis de saúde elevados e resultados académicos positivos estão intimamente relacionados. Em Portugal as escolas são abrangidas pelo Programa de Saúde Escolar do Ministério da Saúde (DGS, 2006) mas as Universidades e outras instituições de Ensino Superior não. De acordo com German Network Health Promoting Universities, (HPU 2010) urge zelar pela aplicação de um conjunto de critérios de qualidade que mobilizam uma comunidade educativa para se tornar um contexto promotor de saúde.
Uma universidade promotora de saúde promove o bem-estar dos estudantes; defende os princípios de justiça social e equidade; oferece um ambiente seguro e de apoio; fomenta a participação dos estudantes e o desenvolvimento do seu potencial; relaciona as questões e os sistemas de saúde com o de ensino; aborda os problemas de saúde e bem-estar de todo o pessoal da escola; colabora com as famílias dos estudantes e com a comunidade envolvente; integra a saúde atividades diárias, nos planos curriculares e nas avaliações; estabelece objetivos realistas com base em dados precisos e evidência científica; procura a melhoria contínua da qualidade com base num sistema de monitorização e avaliação. As instituições de ensino superior, para além de terem como dever assegurar a saúde dos seus estudantes, devem preocupar-se com a formação de professores que possam assegurar a construção de escolas cada vez mais promotoras de saúde. A construção de uma Escola Promotora de Saúde requer que os professores e futuros profissionais assumam que essa é uma das suas missões e que estejam capacitados para executar essa tarefa (WHO, 1998).
Considerando que os estudantes do ensino superior são já cidadãos com reconhecido direito de participação na resolução dos problemas da sociedade/comunidade que integram, considera-se que o desenvolvimento da cidadania em saúde será um meio para atingir objetivos comuns. A Educação pelos Pares, sendo uma estratégia de duplo empowerment (Brito 2009) e baseada no voluntariado, pode ser um instrumento útil para atenuar ou resolver alguns dos principais problemas da instituição, do sistema de saúde e mesmo da sociedade. A constituição de um “grupo semente” com docentes, estudantes e não docentes, em cada instituição que pretenda mobilizar-se para se tornar promotora de saúde, é uma estratégia que pode agilizar processos de investigação-ação participativa (PEER, 2009).
1. Caracterizar a situação de saúde dos estudantes do Ensino Superior e da ESEnfC;
2. Identificar problemas de saúde nos estudantes do Ensino Superior e dos estudantes do Curso de Licenciatura em Enfermagem (CLE) da ESEnfC;
3. Planear intervenções de promoção da saúde em contexto escolar;
4. Desenvolver estudos de investigação/acção no âmbito da promoção da saúde em contexto escolar;
5. Divulgar os estudos desenvolvidos;
6. Advogar condições e oportunidades de promoção da saúde em contexto escolar.
01/01/2014
01/01/2017
Well-being and Health Promotion