Atualmente assistimos a uma verdadeira reestruturação e reorganização dos serviços de saúde mental consignadas no Plano de Ação para Reestruturação e Desenvolvimento dos Serviços de Saúde Mental em Portugal 2007-2016, o que tem levado a significativas mudanças na área, com repercussões na vida das pessoas, nomeadamente nos enfermeiros.
Para alguns, estas são sentidas e descritas como um desafio, exigindo esforço de adaptação e motivação, para outros como ameaçadoras, fonte de desgaste, tensão e mal-estar, dependendo de como cada um lida com a situação. As condições especiais em que estes enfermeiros exercem a sua atividade, os desafios que lhe são colocados e a sua formação e experiência profissional levam a que a avaliação do stress e das formas de lidar possam ser contextualmente sensíveis, e nessa medida, beneficiarem de instrumentos dedicados a este tipo de população. Por outro lado, em Portugal, não se conhece as repercussões que estas mudanças têm produzido na saúde destes trabalhadores.
Assim, propomo-nos estudar o estado de saúde dos enfermeiros dos CHUC que trabalham nesta área e, simultaneamente, contribuir para o estudo de validação de escala de stress e de coping para enfermeiros de psiquiatria.
Estudo quantitativo, descritivo correlacional utilizando os seguintes instrumentos de medida: DCL Stress Scale de Devilliers, Carson e Leary (2005), The PsychNurses Methods of Coping Questionnaire (McElfatrick e Carson, 2005) e o SF-36 (Jonh Ware Jr, Cathy Sherbourne, numa versão estudada para a população portuguesa por Ferreira et al, 2000). Será realizado os trabalhos de tradução/retroversão e validação cultural das duas escalas propostas.
Os enfermeiros deste estudo apresentaram níveis de stress médios ou moderados, constituindo-se como os maiores fatores de stress os de ordem organizacional e as relações interpessoais dentro da organização. Os enfermeiros da Unidade de Agudos A - Mulheres, apresentaram um valor médio de stress mais baixo do que aqueles que trabalham na Unidade de Doentes Residentes Homens. O nível médio de stress dos enfermeiros que possuem a especialidade é também mais baixo do que aquele que é evidenciado pelos que não têm especialidade. O estado de saúde, tanto na componente física como mental, correlaciona-se negativamente com o stress sentido.
01/01/2012
01/01/2014
Well-being and Health Promotion