O investimento na promoção da saúde familiar, ao longo do ciclo vital, constitui uma estratégia prioritária da Organização Mundial da Saúde e do Governo Português, sustentado pelas orientações politicas, nomeadamente na saúde para todos na Região Europeia e nos Planos Nacionais de Saúde (2004-2010, 2012-2016, revisão e extensão do PNS a 2020) e nas politicas de organização dos Cuidados de Saúde Primários em Portugal.
Neste sentido surge este projeto que visa contribuir para a promoção da saúde dos cidadãos, famílias e comunidades, através da construção e divulgação do conhecimento, abrangendo diversos domínios: ensino, contextos clínicos, comunidades locais e sociedade em geral.
A importância da saúde familiar tem atualmente grande visibilidade nas orientações politicas internacionais e nacionais, onde a família emerge como foco dos cuidados.
A Organização Mundial da Saúde definiu as politicas de Saúde Para Todos na Região Europeia, Saúde 21 (OMS, 2003) que apontam a importância dos cuidados ao longo do ciclo vital dos indivíduos e das famílias. Espelhou também, na Declaração de Munique (OMS, 2000), a importância da inclusão da família como alvo dos cuidados de enfermagem atribuindo aos enfermeiros um papel relevante na promoção, manutenção e restabelecimento da saúde familiar.
A nível nacional os Planos Nacionais de Saúde (2004-2010, 2012-2016, revisão e extensão do PNS a 2020), preconizam que, de entre as várias abordagens possíveis para a saúde devem adotar-se as que se centram na família e se baseiam no ciclo de vida, nomeadamente no que concerne aos estilos de vida e aos problemas de origem social. Realçam ainda que a abordagem centrada na família e no ciclo de vida permite uma perceção mais integrada dos problemas de saúde e das prioridades que devem ser estabelecidas para os diferentes grupos etários, nos diversos papéis sociais que vão assumindo ao longo da vida (Figueiredo, 2013; Silva, 2016).
A Ordem dos Enfermeiros Portugueses, nomeadamente, no enquadramento conceptual dos Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem (OE, 2001) realça a otimização das intervenções de enfermagem quando a unidade familiar é tomada como alvo do processo de cuidados, o que reflete a importância do papel dos enfermeiros na saúde das famílias (Silva, 2016).
A organização dos cuidados de saúde primários (CSP), com a criação das unidades de saúde familiar pelo Decreto-Lei nº 298/2007, de 22 de agosto e revogado pelo Decreto-Lei nº 73/2017 evidencia a importância das equipas de saúde familiar assegurarem os cuidados de saúde centrados na família, onde se destaca, a obrigatoriedade das unidades de saúde familiar serem constituídas, além de outros profissionais, por enfermeiros especialistas em enfermagem de saúde familiar, o que revela a importância da formação especializada dos enfermeiros.
Apesar da evolução das políticas de saúde e do desenvolvimento do conhecimento em enfermagem de saúde familiar, identificam-se dificuldades na transferibilidade desse conhecimento para as práticas dos enfermeiros (Figueiredo, 2009; Hanson, 2005; Martins, 2004; Santos, 2012; Segaric & Hall, 2005; Wright & Leahey, 2009, como referido por Silva, 2016).
Também Silva (2016), num estudo efetuado com enfermeiros da ARS do Centro identifica este desfasamento entre a teoria e a prática. Os percursos identitários baseados nas experiencias profissionais e na formação constituem eixos estruturantes na construção e produção do processo de cuidados às famílias.
Desenvolver e disseminar conhecimento cientifico na área da saúde familiar e da enfermagem de saúde familiar em particular, com a finalidade de contribuir para a promoção da saúde dos cidadãos, famílias e comunidades.
Objetivos:
Resultados esperados
Prevê-se que este projeto tenha resultados visíveis na aquisição de competências dos estudantes e enfermeiros na prestação de cuidados de saúde ás famílias; na capacitação das famílias para a promoção da saúde e, que se constitua uma referência no suporte e empoderamento da sociedade.
01/01/2020
Em desenvolvimento
Well-being and Health Promotion